Julgamento alheio

“Quem sou eu para julgar alguém”.

Caramba, perdi as contas de quantas vezes ouvi alguém dizer esta frase. E, em todas elas, eu queria responder:

“Também não sei. Só sei que julga e julga errado”.

Me impressiona, como em plenos século 21 , as pessoas ainda se deixam influenciar pelos aspectos externos de alguém. Coisa do tipo “cabeludo não presta”, “tatuado é bandido”, “roupa rasgada é malouqueiro”. Agora, multiplique por 1000 se a pessoa com este estilo for negra.

O preconceito racial e o pré-conceito pessoal dominam os brasileiros.

Assim é se você disser que é nudista/naturista.

Quem aí teve coragem de contar para a família sobre seu estilo de vida?

Garanto que aqueles que contaram passaram pela mesma situação que eu: foram fuzilados com olhares de reprovação. Nem é preciso ser o Professor Xavier dos X-Men para ler a mente: te acham uma pessoa sem vergonha, safada.

“Naturismo é coisa de gente safada”.

“Tarado é que gosta de andar pelado”

“Duvido que não rola sexo nestes lugares onde estão todos pelados”.

Você já ouviu estas frases, correto? Se não exatamente assim, bem parecido.

As pessoas dizem que não querem julgar, mas sentem-se obrigadas a fazê-lo.

Como se a gente precisasse de sua aprovação!

Para você, faz diferença se algum amigo ou familiar não gostar do naturismo? Essa rejeição vai fazer você mudar de ideia?

Sinceramente, a mim não. Já falei para algumas pessoas como gosto da minha vida: sem roupas. Houve quem aprovasse, houve quem me olhasse atravessado e houve, ainda, quem dissesse na minha cara que isso era indecência.

O que fiz? Nada. A vida é minha, sou maior de idade e não dependo da aprovação de ninguém.

Você que quer entrar na vida naturista fique sabendo de uma coisa: muitos julgamentos virão. E junto, a sentença condenatória. No entanto, ela só terá efeito se você se deixar abalar.

Naturismo é liberdade.

Você é livre pra fazer suas escolhas.

Escolheu andar pelado entre amigos, ótimo.

Não escolheu? Então não incomode quem quer viver assim.

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